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A Comissão da APROPENS esteve em Brasília (DF), entre os dias 11 e 15 de março, para acompanhar de perto a tramitação da Reforma da Previdência e da PEC 372/2017, a conhecida “PEC da Polícia Penal”.

A Proposta de Reforma da Previdência aguarda parecer da CCJC da Câmara dos Deputados e possui expectativa de apreciação e votação no plenário do Senado Federal e da Câmara dos Deputados ainda no primeiro semestre de 2019. Percebeu-se que há uma movimentação grande entre os parlamentares porque a matéria é controversa. Entendemos que o assunto ainda terá muitos debates e é possível que até o final de abril o texto possa ir para votação.

Devido ao curto tempo de estada na capital do país, a comissão da Associação se propôs a tratar do assunto da PEC 372/2017 com os deputados federais e suas assessorias, tendo em vista que a matéria já está pronta para votação no plenário na Câmara dos Deputados.

Entenda a PEC DA POLÍCIA PENAL.

Acompanhe o histórico dos trâmites da PEC no Congresso Nacional.

Histórico de pareceres_substitutivos_votos

https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/125429

https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2158716

A Proposta de Emenda, principalmente, ao artigo 144 da Constituição Federal, abaixo citado, inclui a Polícia Penal no rol da segurança pública e transforma agentes penitenciários em policiais penais.

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

I – polícia federal;

II – polícia rodoviária federal;

III – polícia ferroviária federal;

IV – polícias civis;

V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.

A Proposta iniciou com a PEC 308/2004 que traz em seu texto atribuições de polícia investigativa e ostensiva ao trabalho dos agentes penitenciários. Após esta proposta, que ficou paralisada por 12 anos, surgiu a PEC 14/2016 sobre a mesma matéria, com emenda ao artigo 144 e alteração também aos artigos 21 e 32 da Constituição Federal. Por fim, a mais recente proposta é a PEC 372/2017 que segue o texto da PEC 14/2016 e altera o Art. 6º da PEC 308, retirando o parágrafo único. As três propostas estão apensadas à PEC 372/2017 que está para votação na Câmara dos Deputados. Estas propostas possuem conteúdo similar no que se refere às atribuições da polícia penal. Os textos indicam apenas a segurança, a escolta e a custódia dos presos como trabalho no sistema prisional.

Abaixo, os links com inteiro teor das PECs.

PEC-308-2004 e 308-A /2004
PEC 14/2016

PEC-372/2017

A presidente da associação, Luciane Engel, destaca que “é neste ponto que a APROPENS tem trabalhado, com a intenção de alterar o texto da PEC”.

Em debates com Técnicos Superiores Penitenciários (TSP) associados(as) e com assessorias parlamentares que nos apoiam e em, especialmente, com a assessoria parlamentar do Conselho Federal de Psicologia, Cleonice Dorneles, com quem estamos trabalhando nesta pauta, entendeu-se que diante do trâmite da PEC e do cenário político favorável à segurança ostensiva, a tendência é que a PEC 372/2017, que já foi aprovada no Senado, seja também aprovada na Câmara.

Levando em consideração o adiantado processo de tramitação da PEC e por relevantes questões funcionais envolvidas na transformação do quadro em polícia penal, entendemos que cabe a nós, APROPENS e instituições parceiras, mostrar ao Congresso Nacional e ao Ministro da Justiça o diferenciado Quadro Especial de servidores penitenciários que temos no RS, com atribuições distintas na organização prisional, se comparado ao restante do país. Nosso intuito principal é o de demonstrar que temos na categoria TSP a incumbência e a formação para trabalhar de maneira altamente complexa com o tratamento penal, sem esquecer que a inclusão social é a atividade-fim da instituição prisional e tem como pressuposto a colaboração entre os diferentes cargos institucionais.

A partir deste entendimento, nosso trabalho foi de construção de uma Nota sobre a PEC 372/2017 e de uma proposta de emenda aglutinativa global para incluir o tratamento penal no texto da PEC e para alterar também a nomenclatura de agentes para servidores penitenciários.

Após a conclusão deste trabalho, estivemos reunidos nos gabinetes de alguns deputados, conversando também com líderes de partidos e bancadas que citaremos mais adiante.

Leia mais, no link abaixo, a nota  que construímos sobre a PEC.

Nota sobre a PEC 372-2017 e proposta de emenda aglutinativa global

Muitos parlamentares, principalmente de partidos de esquerda, entendem os prejuízos que esta emenda poderá trazer ao trabalho de inclusão social no sistema prisional, para as pessoas privadas de liberdade e para a sociedade em geral. Os deputados(as) e assessores(as) que entendem os riscos ao tratamento penal com o atual texto da emenda, estão favoráveis à alteração proposta pelo CFP, CRPRS e APROPENS, que é de incluir o tratamento penal nas atividades descritas pela PEC 372 e alterar o termo “agentes penitenciários” para “servidores penitenciários” constante no art. 4º da emenda. Nosso empenho neste momento é de buscar a inserção da nossa proposta de alteração e acordar com parlamentar ou bancada interessada na apresentação desta emenda aglutinativa global no plenário, antes da votação. Faz parte deste processo, tornar nosso trabalho, cargo e proposta conhecida no parlamento para que os deputados tenham melhor condição de avaliar, a partir da discussão que oferecemos sobre a matéria.

Por outro lado, apesar de acreditarmos na aprovação, observamos durante nossas visitas aos gabinetes dos Deputados Federais que, por uma questão econômica, a proposta de emenda ainda é dúvida para grande parte dos parlamentares, porque é passível de criar impacto financeiro ao equiparar os agentes penitenciários às demais polícias. No nosso estado, porém, isso não seria empecilho, uma vez que a equiparação, guardadas as proporções, já existe. O que não é realidade na maioria das unidades federativas, onde o impacto financeiro seria significativo. De todo modo, percebeu-se que há grande empenho da FENASPEN (Federação Nacional Sindical de Servidores Penitenciários) e demais entidades representativas dos agentes penitenciários de todo o país para que a PEC seja aprovada.

Neste sentido, nosso trabalho também conta com a intenção de criar uma federação nacional que congregue profissionais da saúde e da assistência que trabalham no sistema prisional de todo o Brasil. A intenção é de unificar a pauta para lutarmos pela garantia do tratamento penal e pela inclusão do nosso trabalho específico e qualificado, que tem como pré-requisito, a exemplo do cargo de Técnico Superior Penitenciário (TSP), formação na área de atuação e registro no conselho de classe.

AGENDAS CUMPRIDAS COM PARLAMENTARES EM BRASÍLIA

20190314_101915A comissão da APROPENS nesta diligência foi composta pelas(o) TSPs Assistente Social Claudia Marini, TSP Advogado Rodrigo Frantz e TSP Psicóloga e presidente da Associação Luciane Engel.

Os trabalhos tiveram início na terça-feira, dia 12, com reunião no Conselho Federal de Psicologia, com a Assessora Parlamentar Cleonice Dorneles, que foi fundamental na construção da Nota destacada acima e na organização dos trabalhos junto ao parlamento. E fundamental também está sendo o apoio sistemático da Conselheira Federal deste CFP, Marcia Badaró.

Na sequência, tivemos reunião no gabinete de Deputados gaúchos, dentre eles Lucas Redecker (PSDB) e sua assessora Juliana Lepesteur que está estudando com o deputado as possibilidades para a nossa proposta. Em seguida, com a assessoria da bancada do PSOL, Varela, com a Deputada Fernanda Melchiona (PSOL) e seus assessores Bernardo e Rafael Lemes. Estivemos com o Deputado Daniel Trzeciak (PSDB), com o Deputado Afonso Motta (PDT) e seu assessor Jonathan Monzon, com Arthur assessor parlamentar da Deputada Maria do Rosário (PT) e, por fim, com o assessor do Deputado Ubiratan Sanderson (PSL), Marcus Meine. A todos(as) foram entregues a Nota sobre a PEC 372/2017, com a proposta de emenda aglutinativa, e o Relatório final da subcomissão de tratamento penal da CCDH da Assembleia Legislativa do RS. Além disso, pudemos debater sobre nossos intentos, sanar dúvidas e ouvir as sugestões dos parlamentares para que o processo tenha êxito e se faça conhecido entre os seus pares. De maneira geral, obtivemos apoio à pauta.

TSP Rodrigo, TSP Claudia, Assessora Parlamentar do CFP, Cleonice Dorneles e a presidente da Apropens, TSP Luciane Engel.
TSP Rodrigo, TSP Claudia, Assessora Parlamentar do CFP, Cleonice Dorneles e a presidente da Apropens, TSP Luciane Engel.

A comissão da APROPENS junto com a Assessora Parlamentar Cleonice Dorneles, ainda teve reunião com o Deputado paulista Paulo Teixeira (PT), sua assessora Técnica de Plenário, Carolina Grassi e sua assessora de gabinete, Fabiana. Também, estivemos reunidos com o Deputado mineiro Subtenente Gonzaga (PDT) em seu gabinete que despendeu tempo e atenção considerável ao nosso pleito e confirmou apoio. Outro deputado mineiro com quem estamos em contato através de sua assessoria é o Dep. Lincoln Portela (PR) do qual aguardamos manifestação. As próximas reuniões já agendadas para a primeira semana de abril, com contatos prévios com seus assessores, será com a Deputada Bia Kicis (PSL) e seu assessor Fernando e com o ministro da justiça interino Luiz Pontel de Souza. A reunião com o ministro terá o acompanhamento do CFP.

Da esquerda para a direita, Luciane Engel, assessora Técnica do CFESS, Cristina, Conselheira Daniela Moller
Da esquerda para a direita, TSP Psicóloga e Presidente da Apropens, Luciane Engel, assessora Técnica do CFESS, Cristina, Conselheira CFESS Daniela Moller, Conselheira CFESS Magali Regis Franz.

A APROPENS também esteve reunida com a assessoria técnica e conselheiras do Conselho Federal de Serviço Social em Brasília para discutir sobre o assunto e buscar apoio à pauta. A conselheira Daniela Moller afirma que o conselho é parceiro nas pautas do sistema prisional no que tange à questão social e à atuação de assistentes sociais neste âmbito. Daniela afirma que diante da PEC 372/2019 e da proposta aglutinativa global que apresentamos, ela deverá levar o debate ao plenário do CFESS que ocorrerá esta semana para que o pleno defina qual será o encaminhamento e sua participação nesta pauta.

Galeria de fotos:

Reportagens e opiniões sobre a Polícia Penal:

Senado aprova em 2º turno PEC que cria polícia penitenciária; texto vai à Câmara.

O que é a “PEC da Polícia Penal” e porque ela não melhorará em nada o sistema prisional?

 

 

 

 

 

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